ROBERTO SCHMITS É O NOVO TÉCNICO DE DESENVOLVIMENTO DE FOSSA OLÍMPICA DA CBTE

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A CBTE oficializou a contratação de Roberto Schmits para ser o técnico de desenvolvimento para as categorias Júnior e Damas de Fossa Olímpica. O ex-atleta pratica o tiro esportivo desde os oito anos de idade, incentivado pelo pai, João Wilson Schmits. Schmitão como é conhecido carinhosamente, esteve presente nas principais competições do tiro esportivo mundial e ganhou inúmeros prêmios. Foi campeão gaúcho, brasileiro, medalha de prata no Campeonato das Américas, ouro, prata e bronze nos Jogos Sul-Americanos e duas vezes medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos (Guadalajara 2011 e Lima 2019). Schmits também defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, na ISSF World Championship e ISSF World Cups. O gaúcho de Nova Hamburgo ganhou ainda o Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta do tiro esportivo em 2012. Em outubro do ano passado, Schmits conseguiu a certificação para ser treinador pela ISSF.

De atleta para técnico. Como foi esse processo?
Começou em 2022 quando decidi me aposentar, mas foi uma decisão muito difícil porque foram mais de 40 anos competindo, sendo 23 fazendo parte da Equipe da CBTE. Já vinha preparando a parte mental com o apoio da psicóloga Flávia Justus. Graças a ela consegui parar em alto nível. Tomei a decisão de parar durante o treino oficial de uma prova em Curitiba no ano passado. No dia seguinte, recebi o convite do presidente Jodson para ser o técnico da equipe brasileira. Aceitei e sabia que meu compromisso era diferente, era como técnico. Agora estou pronto para colaborar e passar a minha experiência.

Como foi a trajetória para conseguir a certificação no ano passado?
Me preparei para assumir essa função de técnico da seleção brasileira. Fiz alguns cursos entre eles o “WADA” (World Anti-Doping Agency), com mais de 500 questões envolvendo educação e conhecimentos sobre o doping no esporte. Foram mais de 20 dias de estudo até a conclusão. Depois estudei para fazer o curso da ISSF com aulas online e na prática em Munique, na Alemanha, com um membro da entidade. Tive que fazer vários trabalhos, controle e preparação de treinamento, como funcionaria uma logística de viagem longa, além de partes técnicas. Na Alemanha conclui o curso acompanhando a seleção. Passei um dia com os atletas de Skeet e dois com os atletas de Fossa Olímpica, com a supervisão do Dr. Michael Erweilen, meu mentor e quem certificou o curso.

Depois da certificação na Alemanha veio o Mundial da Croácia.
Exatamente. Foi em setembro a minha primeira competição oficial como auxiliar técnico, já que ainda não estava oficialmente contratado pela CBTE. Lá recebi a notícia de que meu registro havia sido aprovado. Foi uma vitória pessoal porque nunca as coisas foram fáceis na minha vida. Venho de uma família humilde e quando comecei não tinha sequer dinheiro para comprar cartucho ou me inscrever nas provas. Mas sabia que um dia ia conseguir chegar aonde alcancei com muito esforço, dedicação e treinamento. Competi em mais de 40 países defendendo o Brasil. Eu amo o tiro esportivo, tenho orgulho de fazer parte da história dessa modalidade e me sinto preparado para esse novo desafio.

Conte um pouco da sua experiência no Mundial da Croácia?
Foi uma experiência muito legal e também estranha. Algumas pessoas me viram, cumprimentaram e esperavam que fosse competir. Inclusive meu último treinador, o Luca Di Mari, medalha de bronze e prata na Olimpíada de Tóquio. Ele ficou muito feliz quando soube que estava ali em uma nova função. Depois outros atletas me deram os parabéns desejando boa sorte na nova jornada. No Mundial da Croácia pude acompanhar e observar além dos juniores, as damas e os seniores. Não fui para orientar e sim ajudar no que fosse preciso. Organizei as séries, as inscrições, orientei quanto aos cuidados que devemos ter fora do nosso país. Pude observar os costumes de cada atleta e me coloquei à disposição para colaborar. Penso que um bom treinador, além de treinar, precisa ser muito amigo do atleta. O respeito mútuo é muito importante e o fair play tem que existir sempre.

Fale de seus planos para desenvolver esse trabalho como técnico da CBTE.
O trabalho de treinador de desenvolvimento vai começar em breve. Inicialmente vou trabalhar com os juniores e quero mostrar para eles o significado da palavra “humildade”. Devemos sempre ter essa palavra na ponta da língua, não importa o que aconteça. Eu acho que foi assim que ganhei moral na minha vida de atleta reconhecendo que as pessoas estão ali para te ajudar, elas querem o seu bem. Saber reconhecer isso e de forma categórica é a melhor saída. Com a experiência adquirida como atleta, sei perfeitamente como lidar com os atletas. O tratamento que precisa ser dado ao atleta tem que ser muito particular. Não se pode dizer: “eu vou fazer assim” e todo mundo vai fazer igual ou “eu decido” e todo mundo faz igual. Nós vamos aprender e decidir juntos.

E como vai ser o técnico Roberto Schmits?
Eu quero ser um treinador com a mente aberta. Ensinar o poder da disciplina, do foco e tirar o melhor de cada um que deseja aprender. Ver a necessidade de cada atleta e passar junto a minha experiência. Quanto menos o atleta se envolve em problemas externos, é melhor para ele. Eu quero deixar tudo prontinho, mastigado, para que o atleta vá para a prova apenas para competir e não se preocupar com nada. Eu sei que o caminho é longo e não é fácil. Por isso, quero ter essa oportunidade. Gostaria de pedir a esses atletas que acreditem em mim, no meu trabalho. Me deem um voto de confiança. Eu gosto muito de trabalhar com o coração, o lado emotivo. Vou ser um técnico alegre, divertido, parceiro. Esse trabalho que vou fazer com os juniores e a oportunidade criada pela CBTE, é inovador. Eles irão conquistar grandes resultados em um tempo curto. Temos tudo para dá certo!

Qual a importância dos pais na carreira do atleta?
Os pais são os descobridores de talento e os responsáveis por tudo. Os pais são uma referência para mim. Eu quero contar com o apoio deles e peço um voto de confiança. Nós precisamos estar sempre unidos.

Uma mensagem para os iniciantes e os atletas que praticam a modalidade?
O tiro ao prato é um esporte de alto rendimento. Eu acredito no trabalho de um cara conservador. Crie os seus melhores momentos, se fortaleça com as pedras do caminho, aceite conselhos de quem tem resultados, gere sua identificação e esteja com a mente aberta, pois somos eternos aprendizes.

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