A nova geração do tiro esportivo do Brasil está pronta para mais um desafio internacional: os Jogos Pan-Americanos Júnior Cali 2021, de 25 de novembro a 5 de dezembro. A seleção brasileira da CBTE, formada por atletas de 15 a 20 anos, integra a equipe do Time Brasil na competição na cidade colombiana, que reunirá quase quatro mil atletas de 41 países. As provas de tiro serão realizadas no Bernardo Tobar Shooting Club.
Antes do embarque para a Colômbia, Brenda Pereira, Caio de Ameida, Gabriel Nery, Geovana Meyer, Leonardo Castro, Maria Eduarda Costa, Rômulo Kelm e Sara Lais da Rosa disputam, na próxima terça-feira, dia 23, a final do Campeonato Brasileiro Júnior no Centro Militar de Tiro Esportivo, em Deodoro, Zona Oeste, do Rio de Janeiro
Tetracampeã mineira e brasileira juvenil na Carabina de Ar, de 2017 a 2020, além de mais de dez recordes brasileiros juvenil e júnior. Essa é Brenda Pereira, de 17 anos, que nasceu em Manhuaçu, a 290km da capital mineira, e desde 2019 integra a seleção brasileira júnior da CBTE. “Sempre quis ser atleta. Em 2017 comecei na Carabina Mira Aberta até que em 2018 consegui a primeira Carabina de Ar. Estou muito empolgada em participar desse Pan, que é um grande evento. Tenho certeza que vai ser uma oportunidade incrível. Posso garantir que vou me empenhar ao máximo para fazer a melhor pontuação possível”.
Aos 17 anos, Caio de Almeida, está no terceiro ano do colegial e também faz o curso técnico de mecânica. Paulista de Bauru, começou no Tiro Esportivo por influência do pai, Cleriston Almeida, que também compete na Pistola de Ar e vai disputar o Brasileiro no Rio. “Sempre que entro numa competição procuro dar o melhor, e não vai ser diferente no Pan. Tenho que colocar em pratica o que venho treinando. Meu objetivo inicial é ficar entre os oito primeiros e conseguir uma vaga na final”, afirma.
Já o brasiliense Gabriel Nery, de 19 anos, tricampeão brasileiro juvenil (2015 a 2017), vai competir na Pistola de Ar. Ele treina duas vezes por dia, um dos seus hobbies é a pescaria, tem como ídolo o medalhista olímpico Felipe Wu e está no segundo período da Faculdade de Ciência da Computação. “Estou muito feliz em participar dessa primeira edição do Pan defendendo o Brasil. Espero obter um bom resultado para o nosso país, tenho certeza que todos os atletas estão se dedicando bastante em seus treinamentos, para que o Brasil tenha grandes resultados em todas as modalidades”.
Para Geovana Meyer, que vai competir na Carabina de Ar, o tiro é uma herança de família. Os avós atiravam e os pais também. “Nos últimos três anos passei a competir com os adultos. Isso me amadureceu, deu mais experiência e os resultados melhoraram. Sempre procuro fazer o melhor possível e o resultado é uma consequência. No Pan vou me empenhar ao máximo para ficar entre as oito primeiras e garantir uma vaga na final”, explica a catarinense, de 20 anos, pentacampeã brasileira júnior (2016 a 2020) e que cursa o quarto período da Faculdade de Fisioterapia.
Em 2015, o pernambucano Leonardo Castro, de 20 anos, começou na modalidade incentivado pelo pai Wagner. Mas foi em 2020 que surgiu a primeira oportunidade para competir na Carabina de Ar e realizar seu sonho. O próximo desafio é o Pan. “Vou fazer meu melhor possível, de forma natural e concentrado. Chegar na final será uma consequência dos meus resultados. Gostaria de agradecer minha família, amigos, minha técnica Rosane Budag e tantas outras pessoas que estão tornando esse meu sonho em realidade”, diz Leonardo, que está no quinto período da Faculdade de Engenharia Elétrica.
A caçula da delegação do tiro esportivo é Maria Eduarda Costa, de 15 anos, que vai competir na Pistola de Ar. A paulista iniciou na modalidade em 2019, no Clube dos Ingleses, em Santos, onde treina de segunda a sábado. Antes do Tiro Esportivo, Duda já praticava o Pentatlo Moderno. “Me sinto muito grata por toda trajetória que venho fazendo no esporte. Essa vaga no Pan veio para me mostrar que realmente vale a pena lutar por aquilo que você acredita. Estou imensamente feliz. Espero conseguir bons resultados e depois pensar numa medalha em Cali. Não é impossível”, destaca.
Feliz com a oportunidade de disputar os Jogos Pan-Americanos Júnior, o mato-grossense Rômulo Kelm garante estar empolgado. “É uma grande conquista ter conseguido a vaga e não imaginava que o Tiro Esportivo me levaria tão longe. Espero que essa competição sirva como um incentivo a mais para futuros desafios”, diz o atleta de 20 anos, que vai disputar a prova de Carabina de Ar. Porém, até o fim de 2018, Rômulo tinha o esporte apenas como hobby. A partir de 2019 passou a treinar com mais seriedade e, desde o ano passado, tem como técnica Rosane Budag. Os estudos também fazem parte do seu dia a dia e está cursando a Faculdade de Agronegócios.
A catarinense Sara Lais da Rosa, de 19 anos, começou no Tiro esportivo em 2018. No ano seguinte, passou a competir nos campeonatos estaduais e brasileiros na Pistola de Ar. Desde que conquistou a vaga para o Pan, em março desse ano, vem treinando de segunda a sábado cerca de duas horas e meia por dia. No último mês de setembro, a atleta participou pela primeira vez do Campeonato Mundial Júnior, disputado em Lima, no Peru. “O caminho não foi fácil até chegar aqui, mas sempre acreditei em mim. Estou muito feliz em participar desse evento representando meu país. Espero alcançar um bom resultado e despertar o interesse pelo Tiro Esportivo em outros jovens”.
Além dos oito atletas, a delegação de tiro esportivo terá ainda o técnico Luiz Bork e o Chefe de Equipe James Walter Lowry Neto. O embarque para a Colômbia será dia 24, véspera do início do Pan, partindo do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 7h30 de Brasília.