É com enorme pesar que a CBTE comunica o falecimento do atleta olímpico (Montreal 1976) e medalhista panamericano (Cidade do México 1975) e sul-americano Athos Carlos Pisoni, aos 87 anos, ocorrida neste domingo. Entre suas principais conquistas estão a medalha de ouro individual e de prata por Equipe no Skeet e bronze por Equipe na Fossa Olímpica nos Jogos Pan-Americanos do México (1975); a medalha de ouro no Campeonato das Américas do México (1973); as medalhas de prata no Skeet no Campeonato Sul-Americano do Brasil (1976 e 1978).
Na competição de Skeet do Pan do México, Athos alcançou a marca de 199 acertos em 200 possíveis e se tornou recordista individual da prova. Uma façanha nunca atingida por outro atleta e que completa 50 anos no mês de outubro. Athos Pisoni nasceu em 3 de novembro de 1937 no município paulista de Sumaré e deixa um legado no tiro esportivo, conforme o relato do seu neto e atleta da Fossa Olímpica, Artur Fortunato.
“É com muito pesar e tristeza que venho informar que, após uma longa luta contra o câncer, meu avô, Athos Pisoni, finalmente encontrou conforto.
“Meu avô sempre foi uma pessoa que amou muito esse esporte e dedicou toda a sua vida para engrandecer o tiro esportivo. Atleta desde meados dos anos 60, iniciou sua trajetória internacional após conquistar o Brasil no final da década. Ganhou o Campeonato das Américas em sua primeira edição e, em 1975, foi tri-medalhista panamericano, ao sagrar-se campeão individual no Skeet com 199/200, conquistando prata no Skeet por Equipe e bronze na Fossa Olímpica por Equipe. Foi um dos poucos atletas que tinha maestria tanto no Skeet quanto na Fossa e buscava ensinar isso a todos, sendo até hoje o recordista panamericano de Skeet.
“Ele também triunfou no Campeonato Europeu em Barcelona, reforçando ainda mais seu excelente relacionamento com a comunidade esportiva internacional e consolidando-se como uma personalidade única no mundo do tiro.
“Como técnico da seleção brasileira, conduziu diversos atletas aos maiores resultados. Dentre eles, o atleta olímpico e amigo querido, Jean Labatut, que participou da Olimpíada de Atlanta, em 1996.
“Após sua inigualável carreira como atleta e treinador, decidiu virar dirigente e dono de clube. Como em tudo que fez na vida, buscou a perfeição, trazendo três Copas do Mundo para o Brasil. Na mídia internacional, ficou conhecido como o homem que “humanizou o tiro esportivo”, graças à sua maravilhosa tratativa com atletas e demais participantes. No total, passaram representantes de 80 países entre as três Copas, e uma delas atingiu o nível máximo de competição ao ser contemplada para distribuir a Quota Place para a Olimpíada.
“Em 2005, meu avô se distanciou do tiro esportivo, mas não resistiu à tentação de seu verdadeiro amor, retornando em 2017. Dessa vez, com um objetivo um pouco diferente, voltou ao esporte a meu pedido para acompanhar meu desenvolvimento. A história mais recente foi um privilégio que tive ao viver junto com ele, treinando diariamente desde que começamos. Mais recentemente, meu irmão, Afonso, se juntou a nós nessa empreitada, inclusive abrindo nosso próprio clube, a Arena A.T.I.R.A.
“Meu avô, enquanto sua saúde permitiu, nunca perdeu um tiro meu. Foi um técnico excepcional e uma pessoa incrível. Ele está deixando um buraco imenso em nossos corações e no tiro esportivo brasileiro, que perde um verdadeiro ícone. Além disso, ele foi o precursor do Trap Americano no Brasil e fundou mais de 50 clubes de tiro ao redor do país, atuando como diretor da CBC/Hamilton.
“Em nossa última conversa, perguntei qual a planilha que deveríamos colocar para atirarmos. Ele me respondeu: “Coloca a planilha 6, a planilha 6 é boa!”
“Gostaria de pedir a todos que queiram homenageá-lo que atirem na planilha 6. É isso que ele amava, e é assim que ele viverá através de nós. Para mim, essa planilha será a planilha Athos Pisoni.
“Que ele viva através de todos nós no esporte que tanto amou e ao qual se dedicou”.
Do eterno neto de Athos,
Artur Fortunato
