O esporte aproxima e une as pessoas. É fato! Mas no tiro esportivo essa máxima vai ainda mais além. O amor ou paixão pela modalidade passa de geração para geração, aproxima famílias, mantém tradições e constrói laços. A veterinária Camilla Cosmoski e o agrônomo Emilson Menarim estão aí para comprovar. O casal paranaense se conheceu no Clube de Tiro Ponta Grossa, em 2012, mas só seis anos depois é que começou a namorar. Desde então, vivem uma rotina que inclui filhos, trabalho, treinos, viagens, competições e muito amor em família.
“O nosso dia a dia é muito corrido. Por conta da minha atividade profissional fico muito tempo fora de casa, já que presto serviços para produtores e uma cooperativa. Isso não quer dizer que sou ausente, mas gostaria de estar mais presente com a Camilla e as crianças”, conta Emilson, que também tem suas áreas de plantio. “Além das tarefas domésticas, tenho meu consultório em Ponta Grossa e atendo em outras dez regiões”, completa Camilla, que há seis anos se especializou em oftalmologia veterinária, em São Paulo.
Antes de ser atleta do Tiro Esportivo, Emilson disputou outras modalidades, mas em 2009 acertou em sua escolha. “Posso dizer que foi paixão à primeira vista. Comecei no Trap Americano e, em 2013, passei a competir na Fossa Olímpica. Dois anos depois conquistei meu primeiro título brasileiro”, lembra. “São 12 anos de muitos desafios e superação, mas sempre buscando me aperfeiçoar. No treino ou na competição você tem menos de um segundo para acertar o alvo. É um momento único que requer muita concentração, visualização, técnica e preparação mental”, acrescenta.
Camilla conheceu o tiro esportivo levada por uma amiga. Em 2013, era apenas um passatempo e treinava no Trap Americano. Mas no final de 2018 passou a competir na Fossa Olímpica. “Com muita dedicação e sacrifício, consegui os resultados num curto prazo de tempo. Em 2019 e 2020 intensifiquei os treinos, que passaram a ser diários ou no mínimo cinco vezes por semana. No ano passado, participei de todas as etapas do Brasileiro. Também tive o apoio fundamental da psicóloga Flávia Justus. Ela me auxilia a chegar nas competições cada vez mais focada, blindada, sabendo e conhecendo minhas capacidades”, explica.
Na Final do Campeonato Brasileiro, realizado no final de novembro, no Centro Nacional de Tiro Esportivo, no Rio de Janeiro, Emilson conquistou quatro medalhas de ouro: individual e por Equipe na Fossa Olímpica Masculino Sênior e na Light. Na final da Sênior, acertou 120 em 125 possíveis sua melhor marca em 2021.
“Atribuo esse desempenho a alguns fatores: o investimento da CBTE em treinamento, o apoio e trabalho desenvolvido pela psicóloga Flávia Justus, contratada pela Confederação, e ao meu aumento na frequência de treinos depois que construí uma pedana próxima de casa. Esse novo local de treinamento diminuiu muito meu tempo de deslocamento. Antes gastava mais de duas horas para ir e voltar e agora são apenas dez minutos”, conta.
Camilla também destaca que a temporada 2021 foi de superação, vitoriosa e a melhor de sua curta carreira na Fossa Olímpica Feminino. Medalha de ouro na Copa Sudamericana de Buenos Aires, em outubro, e campeã na final do Brasileiro, em novembro.
“Quando terminou o Brasileiro de 2020, sai muito triste comigo mesma, não acreditando em mim e muito menos na minha capacidade. Ao longo desses meses algumas pessoas foram fundamentais para eu voltar a acreditar em mim, mudar meus conceitos, lutar dia após dia para que tudo fosse dando certo no decorrer desse ano. Altos e baixos, lágrimas e risos, alegrias e frustrações, treinos e mais treinos. E, finalmente, consegui alcançar meus objetivos. E repito a citação que amo: sucesso é treinável”, afirma Camilla.
Para a temporada 2022 o casal tem praticamente os mesmos objetivos. “Quero vencer uma etapa da Copa do Mundo, estar entre os três primeiros no Ranking Qualidade e conquistar a vaga olímpica”, enfatiza Emilson. “Vou intensificar o ritmo de treinos, aprimorar minha técnica e a parte psicológica para buscar uma vaga na Olimpíada de Paris 2024”, finaliza Camila.