Único representante brasileiro na NRA F-Class Fullbore Mid-Range National Championship 2024, Luis Renato Campos terminou a prova em 1º lugar por Equipe e em 20º no individual. A competição foi disputada de 12 a 15 de dezembro no Port Malabar Rifle & Pistol Club, em Port Bay, na Flórida. A prova estava programada para outubro do ano passado, mas por conta da passagem do furacão Milton acabou adiada, o que prejudicou a participação de outros atletas brasileiros. Confira o relato de Luis Renato.
“Estava inscrito na competição individual e por Equipe, pois havia sido convidado meses antes para participar de uma equipe americana, a Southern Star. Infelizmente, meus amigos e atletas brasileiros que haviam viajado em outubro para participar da competição em sua data original, não estavam presentes dessa vez. O US Full Bore Nationals havia sido adiado em dois meses, somente três dias antes do seu início em outubro por conta do Furacão Milton, que passou pela Florida naquela época. Dessa vez, somente eu representei o Brasil.
“No dia 12 de dezembro foi feita a medição de peso das armas e alocados tempos e postos de tiro (slots) para quem precisasse zerar os rifles nas distâncias em que o Campeonato seria disputado: 300, 500 e 600 jardas. No dia seguinte, atirarmos nas 300 jardas (aproximadamente 270 metros), o que para os brasileiros não é nenhum segredo, visto que essa é praticamente a mesma distância que atiramos comumente no Brasil (300 metros).
“Já nos dias 14 e 15 fomos para a prova de 500 e 600 jardas, respectivamente, que exige muito mais concentração e capacidade de observar e compensar o vento. Porém os ventos nessa época do ano em Palm Bay estavam bem mais fortes do que estamos acostumados no Brasil, em torno de 20 a 25km/h, com rajadas de até 40km/h, o que tornava tudo muito mais difícil! Atiramos três séries de 15 disparos cada uma. Ao final uma pausa de uma hora para almoço e era efetuada a etapa do tiro por Equipes. Essa rotina foi repetida durante os três dias da competição.
“Importante destacar que todo o campeonato foi disputado em alvos eletrônicos, o que agilizou muito o andamento da prova, a divulgação dos resultados e o conforto dos atletas, que não precisavam se deslocar até as trincheiras para serem Scorers.
“No resultado Individual acabei cometendo um erro no segundo dia. Minha classificação caiu bastante, não consegui me recuperar no terceiro dia e terminei em 20º lugar. Entretanto, no resultado por Equipe, consegui acompanhar os demais atletas da equipe (a prova por Equipe é separada da Individual, com uma dinâmica diferente de como é no Brasil) e vencemos as outras equipes, inclusive com membros da equipe americana de F-Class. Resultado: conquistamos o primeiro lugar geral por Equipes.
“Fiquei feliz por ter sido o melhor atleta da nossa equipe, o que me faz ter cada vez mais certeza de que temos condições de competir e atirar com os melhores atiradores de F-Class no mundo. Pelo menos em Mid Range (até 600 jardas), pois não temos, infelizmente, provas de Long Range (1.000 jardas ou metros).
“Apesar do alto custo financeiro e do tempo e energia para que um atleta brasileiro de tiro esportivo consiga viajar para outro país representando o Brasil, fiquei muito feliz por ver a bandeira brasileira tremulando na competição todos os dias. Desejo que a CBTE apoie efetivamente os abnegados atletas do tiro de rifle internacional em competições no Brasil e no exterior. Talento e habilidade nós temos, mas precisamos de mais atletas com experiência em competições internacionais”.