Na ISSF World Cup Rifle / Pistol Rio de Janeiro, encerrada no último dia 18, no Centro Militar de Tiro Esportivo, o Brasil conquistou três medalhas (uma de prata e duas de bronze) e garantiu sua melhor participação na história das Copas do Mundo. Entre os 24 atletas da equipe nacional, dois estrearam na competição e ganharam a medalha de bronze por Equipe: Paula Sayuri Yado, na Pistola 25m Feminino, e Roberto Gomes Ferreira Filho, na Pistola 10m Masculino.
Depois que ingressou no Instituto Militar de Engenharia (IME) e começou a ter instruções de tiro no Exército, em 2015, Paula teve certeza de que era o esporte em que se encaixaria bem. Em janeiro de 2020 iniciou no tiro esportivo e em apenas dois anos e três meses alcançou uma conquista inédita.
“Ganhar uma medalha em uma Copa do Mundo e no Brasil foi extremamente fantástico. Não esperava alcançar algo tão significativo com pouco tempo no esporte. Meu sonho é poder continuar competindo, aprimorando cada vez mais e ganhar novas medalhas”, disse Paula, que é formada em Engenharia Mecânica e de Armamento pelo IME.
Os hobbies preferidos de Paula são leitura, xadrez, pesca esportiva e, é claro, o tiro. Tenente do Exército e atleta do Clube de Tiro da AMAN, essa paulista de 26 anos, que mora em Resende, município no sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, sabe dos desafios que irá enfrentar na temporada. E para conseguir uma vaga na equipe nacional precisará de muito treino, manter a técnica e controle emocional e manter a técnica.
“A principal competição de 2022 é o Campeonato das Américas, em Lima (Peru), no mês de novembro. Mas pelo caminho tem a Copa Sul-Americana, no Rio de Janeiro, em setembro, e os Jogos Sul-americanos ODESUR, em Assunção (Paraguai), em outubro. Para disputar essas competições tenho que manter minha média e me sair bem nas seletivas”, explica Paula, que conquistou três medalhas de ouro na Copa Sudamericana de Buenos Aires, em 2021.
O fluminense Roberto Gomes, de 31 anos, nasceu no município de Nova Iguaçu. Em 2012, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), ele e outros cadetes foram selecionados por meio de um teste para integrar a equipe de tiro da AMAN. A partir desse dia, o esporte passou a fazer parte de sua vida.
“Lembro como se fosse hoje. Usamos um simulador (Noptel) que tinha na AMAN. As miras pararam nesse dia e eu só pensava que o puxar do gatilho não podia desalinhá-las. Foram mais dois tiros e até hoje continuo nessa mesma busca de não mexer enquanto aciono o gatilho”, lembra o capitão do Exército, que tem como hobbies o videogame, filmes, leitura e o tiro.
Mesmo passado alguns dias, Roberto garante que cada vez que olha para a medalha de bronze a conquista ganha novos significados, que se materializam em alegria e gratidão.
“Primeiro representa a oportunidade de atirar ao lado de um medalhista olímpico, o Felipe Wu, e uma pessoa que considero um irmão, o Philipe Chateaubrian. Também representa minha dedicação e determinação nos últimos meses para estar na equipe e a sorte de estrear em uma Copa do Mundo, em casa, e ganhar uma medalha. E, é claro, a compreensão da esposa com a frequência dos treinos em detrimento de momentos juntos”, destaca Roberto, que tem como projeto principal esse ano ser convocado para os Jogos Sul-americanos e o Campeonato das Américas.