Raio-X completo e detalhado com análises de movimentos! Durante quatro dias a gaúcha Georgia Furquim, classificada para os Jogos Olímpicos de Paris no Skeet Feminino, realizou uma série de testes e exames e participou de consultas no Laboratório de Biomecânica do Time Brasil / Comitê Olímpico do Brasil (COB) e treinos no Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE), no Rio de Janeiro. Acompanhada do treinador e diretor de arbitragem de Tiro ao Prato da CBTE, Ary Venturinelli, Georgia foi assistida por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de diferentes especialidades ligados à ciência do esporte, tendo à frente Henrique Lelis, do Departamento de Biomecânica do COB.
“Começamos com teste de TMR, em jejum, que consiste na avaliação das taxas de gordura, carboidrato e proteína captados nos gases da respiração quando estou em repouso. O objetivo é saber qual o meu gasto energético basal. Informação base para as áreas de nutrição e preparação física. Isso aliado a outros testes que foram feitos, vão gerar dados e hipóteses de aspectos a serem melhorados”, explica.
Em seguida foi feita a avaliação antropométrica, que são as medições do corpo: envergadura, peso, tamanho da perna, do fêmur, do braço, antebraço, da mão, busto, cinturas, quadril. Também foram tiradas as medidas base para o cálculo da porcentagem de gordura corporal.
“Depois saímos do laboratório e fomos para a parte de preparação física no Centro de Treinamento onde estão os equipamentos de academia. Começamos com a fisioterapia. Relatei minhas queixas musculares, articulares e outras. Em seguida vieram os testes de mobilidade. As minhas dores são por instabilidades devido ao meu excesso de flexibilidade. Eu preciso fazer reforços locais. Mas isso tudo vai vir no relatório final”, ressalta a atleta.
Na sequência, Georgia foi para a parte funcional em que foi testada sua estabilidade e equilíbrio. Depois veio a parte médica e ela explicou suas predisposições genéticas, seu histórico médico, fraturas de infância e toda a abordagem esportiva.
“O primeiro dia terminou com uma conferência on-line com a nutricionista que estava numa outra atividade. Apresentei o plano que já estava seguindo, mais a minha rotina alimentar, como é o tiro esportivo, a rotina de treino e de competição, minha alimentação hoje e como era antes, enfim, hábitos”.
O segundo dia foi reservado para a Estabilometria, que são os testes de estabilidade em prancha, prancha lateral, ponte unilateral, isometria de ombro lateral e frontal com carga. Ainda foram feitas análises específicas para a modalidade e simulados os movimentos de pratos simples e doubles, retos em fuga (postos 1 e 7), retos de encontro (postos 8 alta e baixa), esquerda para direita (postos 2, 3 e 4 alta) e direita para esquerda (postos 5, 6 e 4 baixa).
“Também consegui fazer uma sessão de massoterapia. Fiquei um pouco dolorida, o que é normal, por conta do processo de liberar pontos que estão contraturados de muito tempo. Mas valeu a pena”.
À tarde, o biomecânico do COB, Henrique Lelis, foi até o CMTE e realizou as mesmas análises de estabilidade, em cima da base de estabilidade, em todos os postos várias vezes. Mas, dessa vez, com a prática real da disciplina, quebrando pratos.
“Foi fantástico! Tudo que a gente conseguir de informação para trabalhar e melhorar nem que seja um pratinho, já ajudará muito”.
Georgia Furquim encerrou sua fase de preparação no Rio de Janeiro com muito treino sábado e domingo no CMTE. Mas teve um tempinho para uma sessão de fotos com a fotógrafa Carolina Bittencourt. No mês de maio, a atleta fará os testes oftalmológicos em São Paulo.
“Estou bastante ansiosa porque o nosso esporte é de muita atenção e o reflexo circular é bem importante. Espero poder aproveitar para fazer os exames que me foram pedidos pelo médico, baseados nas reclamações de dor que apresentei. Já me passaram exercícios de reforço”, completou Georgia, que aproveitou para agradecer ao COB e à CBTE pela oportunidade.
Foto: Carol Bittencourt